As lesões musculares na lateral do quadril são lesões que acometem os músculos e tendões que formam o quadril e que tem como consequência causar dor na região lateral do mesmo.
O que é?
O quadril é constituído por muitos músculos. Dentre esses músculos os que mais apresentam casos de lesões são o glúteo máximo, médio e mínimo e o piriforme. O glúteo máximo tem como ação a extensão do quadril, que é o movimento da perna para trás. Já os músculos glúteo médio e mínimo são denominados abdutores de quadril, ou seja, tem como ação o movimento de abdução que é o deslocamento lateral da coxa, além de atuarem na rotação medial (para dentro) e flexão da coxa. O músculo piriforme também tem sua ação no movimento de abdução da coxa além do movimento de rotação lateral (para fora) da mesma.
Esses músculos são responsáveis por manter o equilíbrio do tronco e da bacia e são os mais exigidos na execução de movimentos de caminhada e corrida. Por esse motivo corredores amadores e profissionais podem apresentar lesões nesses músculos.
Quais as causas?
A causa mais comum das lesões musculares na lateral do quadril é a fadiga muscular que pode levar ao estiramento do músculo, e é uma consequência dos movimentos repetitivos exercidos durante a corrida, do excesso de impacto – que pode variar de acordo com o tipo de solo onde é praticado - e do aumento de carga durante os treinos, que deve ser feito de forma gradativa e preferencialmente sob orientação profissional.
A falta de fortalecimento muscular também pode contribuir para o surgimento das lesões musculares da lateral do quadril visto que os músculos não fortalecidos levam a uma alteração no equilíbrio do quadril e tronco, sobrecarregando a articulação e causando lesões não somente nos músculos, como também bursites e tendinites.
Quem faz parte do grupo de risco?
Fazem parte do grupo de risco homens e mulheres que praticam a corrida de forma profissional e amadora, onde se incluem os corredores de final de semana.
Os corredores que praticam a atividade com mais intensidade (velocidade) e com maior volume (frequência) tem uma predisposição maior ao desenvolvimento de lesões devido a uma sobrecarga dos músculos.
As mulheres apresentam uma maior predisposição ao desenvolvimento de lesões devido à sua formação anatômica, onde a estrutura do quadril (pelve) é um pouco mais larga do que a do homem, levando a um maior atrito de algumas estruturas do quadril durante a prática da corrida.
Indivíduos que apresentam lesões prévias, como lesões ósseas, dos tendões, articulares e musculares em recuperação parcial ou total também podem desenvolver novas lesões musculares.
Quais são os sintomas?
A dor na lateral do quadril é o sintoma mais relatado. Essa dor pode ser causada em decorrência do estiramento muscular, quando atinge, por exemplo, os músculos glúteo máximo, médio e mínimo.
No caso da síndrome do piriforme o indivíduo pode apresentar dor no glúteo que irradia para a região lateral do quadril. Essa dor é causada pela compressão exercida pelo músculo piriforme no nervo isquiático, que nesse caso decorre da tensão muscular.
Os indivíduos também podem apresentar dor e restrição de movimento ao fazer os movimentos de rotação lateral e medial da coxa, de extensão de quadril e de abdução.
Como é feito o diagnóstico?
Como em todas as lesões musculares, o diagnóstico deve ser realizado pelo médico ortopedista especialista em quadril e deve se basear nas queixas relatadas pelo paciente juntamente com a realização de exame físico, onde devem se observar e palpar os músculos da região afetada.
Além do exame físico, o médico pode solicitar a realização de exames complementares como a ultrassonografia e a ressonância magnética para avaliar qual o grau de lesão muscular e se há presença ou não de hematomas. Em casos mais graves pode haver uma rotura do músculo.
Determinado o diagnóstico, quais são os tratamentos disponíveis?
Nos casos mais leves é indicado que o paciente suspenda a atividade esportiva pelo período de tratamento. Também são indicados o repouso, aplicação de gelo e o uso de anti-inflamatórios não hormonais para a diminuição da inflamação.
Após essa fase de tratamento, são indicados treinamentos de isometria e isotonia para fortalecimento dos músculos envolvidos e também exercícios de alongamento.
Já o tratamento fisioterápico com ultrassom pode ser indicado para o alívio da dor.
O tratamento cirúrgico só é indicado nos casos onde há rotura do músculo.
Nesses casos é indicada a compressão e imobilização da região como procedimento pós-cirúrgico. O período de imobilização vai depender da gravidade da lesão.
Fonte: Dr. Rogério Naim Sawaia (Ortopedia e traumatologia - Cirurgia do quadril)